FILHOS? SE OS QUERO TER? SÓ SE FOREM RUIVOS...
Em tudo busco alguma crença, de certa forma, para me certificar que hoje ninguém, lá fora, chora.
Tento descobrir a cor desta mágoa inodora. O céu leve por cima de mim e o tempo... o tempo incómodo no pulso ou no coração a bater... eu que não uso relógio, só poderá ser do coração a bater, incómodo e persistente. Esta dor sem cheiro. Desconfortável. Dentro de mim. A cura? Está a 1200 km daqui.
Relembro instantes de plena felicidade. Premedito antes de realizar mentalmente, nesta noite quente, a razão de todos os momentos passados a 10500 km desta cadeira. Relembro-te a ti, essência intocada, de charme intemporal. Relembro que aqui está a verdade de um amor, na palma da nossa mão e que será um vício até depois da morte.
Não tenho filhos, porém desde que te conheci dou por mim, a dobrar os braços, ás escondidas, embalando o vazio.
Filhos? Se os quero ter? Só se forem ruivos....
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