Um local. Muito perto do Castelo. Mas não o vão encontrar…
Hoje deambulei por Lisboa antiga. Não me perguntem se os que cruzam esta parte da cidade ainda se deixam surpreender com a sua beleza, com o bairrismo ou mesmo com as conversas à janela. Eu gosto de revivê-lo sempre que me é permitido e desde que exista motivação para tal.
Estou perto do Castelo de São Jorge. Entro num largo e chego a uma porta vermelha sem qualquer identificação. Toco à campainha, abrem-me a porta e entro. Perco-me sem desejos de saber onde estou, apenas empenhado em sonhar as memórias deste lugar. Deixei de ouvir o barulho próprio da cidade, mas sinto-lhe a azafama. Encontro-me em ambiente acolhedor e requintado, marcado pela história, pela localização e pelas características únicas da sua forma personalizada.
Viro à direita, subo umas escadas e no cimo destas viro novamente à direita. Chego a um enorme salão, com janelas em todo o seu lado direito. Atravesso-o até metade e entro na primeira porta à minha esquerda. Outro salão, não tão iluminado quanto o primeiro nem tão grande, mas sem duvida bastante mais fresco. Ainda não é aqui que quero ficar. Volto a entrar numa nova porta à minha esquerda. Estou agora numa biblioteca, privada, acolhedora com os seus livros misturados, os mais antigos e usados com os mais recentes, em perfeita sintonia. Atravesso-a e saio pela porta em frente virando novamente à direita. Tenho um corredor à minha frente. Há novamente livros do meu lado direito, quadros e esculturas do meu lado esquerdo. Uma chaise longue, duas poltronas e uma mesa com algumas variedades de whisky velho, gin e uma caixa de charutos determinam mais um espaço de recolhimento interior. Decido prosseguir. Continuo em frente até a uma janela no final do corredor. Viro à direita e logo de seguida à esquerda. Subo mais umas escadas, desta vez mais estreitas que as primeiras. Vou dar a uma porta. As escadas continuam para uma outra ala do edifício. Eu paro diante da porta e entro. Casa de banho à direita com contrastes de luz e de muito bom gosto. Escadas de pedra em caracol à frente. Dirijo-me a elas e subo. Primeira saída para uma sala octogonal com duas janelas. Continuo a subir as escadas e numa segunda saída há um quarto com uma cama gigante e uma janela do lado direito. Continuo a subir e chego a uma última porta. Uma pequena porta, que finaliza esta caminhada, na qual tenho de passar dobrado para não bater com a cabeça.
Transposta a porta há um terraço acolhedor. Respiram-se agradáveis sensações. O cheiro próprio da cidade o rio Tejo ao fundo.
Do meu lado direito há um pouff vermelho e do meu lado esquerdo há um pouff bege. Ambos são gigantes. Há também mesinhas dos dois lados. Parte do terraço esta coberto com uma protecção em palhota muito fininha (apenas em cima) que permite uma sombra e uma frescura invejável neste dia quente de Verão. Ao fundo do terraço e do lado esquerdo uma pequena oliveira esta plantada num vaso de tamanho considerável.
Sento-me no pouff bege e afundo-me. Estou numa "janela" virada para a cidade e para o Tejo. À distância de um braço na mesinha ao meu lado há bolinhos e outras iguarias para adoçar o final da tarde, acompanhado, claro, dos aromas quentes do chá de um pais qualquer distante que preferi não averiguar o nome com medo de ser invadido por uma vontade louca de me mudar para lá.
Sabe-me bem estar aqui recostado. Está um final de tarde brutal e este cenário é digno da capa de uma revista de viagens. Corre uma ligeira brisa, morna, que dá voz em forma de uivo às palhotas que estão por cima de mim. O romantismo do final da tarde envolve-me. As pessoas circulam, lá em baixo, a um ritmo, visto daqui, invulgarmente lento e há uma espécie de mística que envolve todo este lugar.
Falta pouco mais de uma hora para o sol mergulhar na linha do horizonte atrás de mim.
Vejo no Tejo, ao fundo, os cacilheiros no frenesim da hora de ponta deixando rastos de espuma branca atrás de si.
Reformulo mentalmente o caminho que me fez chegar aqui: As escadas de pedra, os corredores labirínticos, os contrastes entre o antigo e o moderno. Não sei se saberei voltar para trás. Por agora ficarei aqui. Até quando? Não sei. Mais uma hora, duas... talvez até o sol nascer de novo, pois isso iria acontecer mesmo à minha frente. O meu corpo o dirá. A necessidade é dele.
A mim importa-me apenas permitir-me a este tipo de desvarios. Cometer estas pequenas loucuras, sendo que o mais importante, para mim, é sugar toda a paz que um local como este me pode proporcionar.
Estou perto do Castelo de São Jorge. Entro num largo e chego a uma porta vermelha sem qualquer identificação. Toco à campainha, abrem-me a porta e entro. Perco-me sem desejos de saber onde estou, apenas empenhado em sonhar as memórias deste lugar. Deixei de ouvir o barulho próprio da cidade, mas sinto-lhe a azafama. Encontro-me em ambiente acolhedor e requintado, marcado pela história, pela localização e pelas características únicas da sua forma personalizada.
Viro à direita, subo umas escadas e no cimo destas viro novamente à direita. Chego a um enorme salão, com janelas em todo o seu lado direito. Atravesso-o até metade e entro na primeira porta à minha esquerda. Outro salão, não tão iluminado quanto o primeiro nem tão grande, mas sem duvida bastante mais fresco. Ainda não é aqui que quero ficar. Volto a entrar numa nova porta à minha esquerda. Estou agora numa biblioteca, privada, acolhedora com os seus livros misturados, os mais antigos e usados com os mais recentes, em perfeita sintonia. Atravesso-a e saio pela porta em frente virando novamente à direita. Tenho um corredor à minha frente. Há novamente livros do meu lado direito, quadros e esculturas do meu lado esquerdo. Uma chaise longue, duas poltronas e uma mesa com algumas variedades de whisky velho, gin e uma caixa de charutos determinam mais um espaço de recolhimento interior. Decido prosseguir. Continuo em frente até a uma janela no final do corredor. Viro à direita e logo de seguida à esquerda. Subo mais umas escadas, desta vez mais estreitas que as primeiras. Vou dar a uma porta. As escadas continuam para uma outra ala do edifício. Eu paro diante da porta e entro. Casa de banho à direita com contrastes de luz e de muito bom gosto. Escadas de pedra em caracol à frente. Dirijo-me a elas e subo. Primeira saída para uma sala octogonal com duas janelas. Continuo a subir as escadas e numa segunda saída há um quarto com uma cama gigante e uma janela do lado direito. Continuo a subir e chego a uma última porta. Uma pequena porta, que finaliza esta caminhada, na qual tenho de passar dobrado para não bater com a cabeça.
Transposta a porta há um terraço acolhedor. Respiram-se agradáveis sensações. O cheiro próprio da cidade o rio Tejo ao fundo.
Do meu lado direito há um pouff vermelho e do meu lado esquerdo há um pouff bege. Ambos são gigantes. Há também mesinhas dos dois lados. Parte do terraço esta coberto com uma protecção em palhota muito fininha (apenas em cima) que permite uma sombra e uma frescura invejável neste dia quente de Verão. Ao fundo do terraço e do lado esquerdo uma pequena oliveira esta plantada num vaso de tamanho considerável.
Sento-me no pouff bege e afundo-me. Estou numa "janela" virada para a cidade e para o Tejo. À distância de um braço na mesinha ao meu lado há bolinhos e outras iguarias para adoçar o final da tarde, acompanhado, claro, dos aromas quentes do chá de um pais qualquer distante que preferi não averiguar o nome com medo de ser invadido por uma vontade louca de me mudar para lá.
Sabe-me bem estar aqui recostado. Está um final de tarde brutal e este cenário é digno da capa de uma revista de viagens. Corre uma ligeira brisa, morna, que dá voz em forma de uivo às palhotas que estão por cima de mim. O romantismo do final da tarde envolve-me. As pessoas circulam, lá em baixo, a um ritmo, visto daqui, invulgarmente lento e há uma espécie de mística que envolve todo este lugar.
Falta pouco mais de uma hora para o sol mergulhar na linha do horizonte atrás de mim.
Vejo no Tejo, ao fundo, os cacilheiros no frenesim da hora de ponta deixando rastos de espuma branca atrás de si.
Reformulo mentalmente o caminho que me fez chegar aqui: As escadas de pedra, os corredores labirínticos, os contrastes entre o antigo e o moderno. Não sei se saberei voltar para trás. Por agora ficarei aqui. Até quando? Não sei. Mais uma hora, duas... talvez até o sol nascer de novo, pois isso iria acontecer mesmo à minha frente. O meu corpo o dirá. A necessidade é dele.
A mim importa-me apenas permitir-me a este tipo de desvarios. Cometer estas pequenas loucuras, sendo que o mais importante, para mim, é sugar toda a paz que um local como este me pode proporcionar.
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