domingo, janeiro 25, 2004

LOUCURA PRIVADA

Do ponto de vista da minha loucura privada tentei desvendar a quantidade de cores necessárias para a edificação de um pôr-do-sol. Ela é em grande medida, um acumular de lugares e de referências encadeados numa geografia ao mesmo tempo real e sentimental que por vezes dão origem a uma festa de ódio cuja a estranha euforia nunca ninguém poderá compreender. É como se os meus lábios tivessem descoberto o que são outros lábios, pela primeira vez, e eu, os quisesse pintar a óleo numa tela de água para que se diluíssem, e eu não vê-los nunca mais... a não ser naquele reflexo de final de tarde.
Este happening íntimo é um pequeno paraíso privado, que rasga as paredes, da casa onde me encontro, com grandes janelas de portas de correr criando uma ligação muito forte entre o interior e o mundo real.
Porquê? Porque gosto de um rasgo de luz a atravessar um espaço.

Entre todos os amantes estabelecem-se estupidamente regras de fogo inconscientes mas com a força de lei de que não devem ser transgredidas por razão alguma.
- Como assim? - Perguntaram-me num tom quase ciumento.

Powered by Blogger