sexta-feira, fevereiro 06, 2004

NÓS

Uma parte menos saudável da infeliz herança romântica e irracionalista, tantas vezes acríticamente admitida sem discussão, é a oposição entre a razão e a emoção.
Tenho duvidas que não mantenham esta opinião no actual cenário, em que alguns conservam uma voz determinada e outros a perdem por completo.
A ideia de que a feminidade é a arma mais poderosa que uma mulher pode ter, leva-nos a cortar vestidos imaginários que assentam subtilmente em corpos, antecipando-os e dando-lhes ênfase aos movimentos, acariciando-lhes os contornos.
Concebidos para prolongar até ao infinito um encontro de duas vidas, abandonamo-nos a um caminho pouco percorrido, que não se aprende nos livros, e que nos transcende, largamente, em variedade e na natureza das relações com os nossos mundos periféricos.
Zangarmo-nos é fácil. Mas faze-lo com a pessoa certa, na justa medida, no momento certo, pela razão e maneira certa... isso é mais difícil.

(Temos de falar um com o outro o mais que pudermos. Quando um de nós morrer, haverá coisas que o outro nunca mais vai poder falar com ninguém!)

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