FICO QUIETO... COMPLETAMENTE IMÓVEL
Fico quieto.
Completamente imóvel no meu não-lugar escolhido. Fecho os olhos, como se guardasse um livro velho e esquecido no colossal mundo das histórias. E assim, dissolvido na escuridão do anonimato, decifro aos poucos o contraponto. O louco movimento. As viajantes utopias do meu sentir.
Os olhos fechados na escuridão e no cuidado. Os aromas frios e o toque da água nos pés. As musicas perdidas na memória.
Relembro o tempo e o pensamento. Deixo que a esperança alimente o caminho, segure as pedras quebradas e o limite da loucura.
Páro um pouco.
Relembro a vontade e as músicas perdidas na memória. Páro um pouco para limpar a escuridão (tento abrir os olhos na realidade certa).
Instalo cuidadosamente o tempo e o espaço, perfeita e geometricamente, sem versos brancos a perturbar o equilibrio.
Volto mais uma vez a guardar o medo na gaveta, e espero o silêncio que me invade devagar.
Fico quieto... completamente imóvel.
(se alguém deixar cair um copo imediatamente se estilhaça o silêncio)
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