AQUELA MANHÃ NA PRAIA DO ANCÃO
Era terça-feira de manhã, fazia sol, um sol claro e quente. Desci pela estrada de terra batida, estacionei o carro e atravessei as dunas. Está tudo tão quieto. Não há ninguém na praia. Vejo gaivotas. Elas costumam andar aos pares, como se de casais se tratassem, dançando, rodopiando, fazendo piruetas e arriscando vôos mortais. Juras? Prometes? Só para mim?
Olho para o mar e penso onde nunca fui, como se precisasse de lançar um pé para fugir por ali adentro.
O tempo é lento e arrasto-o.
Dirijo-me de para o carro de novo e não olho para trás. Não quero olhar o mar - Dele diz-se que tem o olhar profundo e belo, o físico atlético e uma voz com um timbre impressionante.
Entro no carro e corro... corro como um louco atrás da promessa erótica de uns olhos recém descobertos.
As gaivotas?!? Essas vagueiam, tal como nós, mas livres, pelo mundo.
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