quarta-feira, junho 02, 2004

FODER E SER FODIDO

Ergue-lhe a saia o renegado amante,
Estira-se a consorte ágil, e pronta;
E ele a seta carnal no mesmo instante
Ao parrameiro mísero lhe aponta:
Com um só beijo do membro palmitante
Ficou súbitamente a moça tonta,
E julgou (tanto em fogo ardia o nabo!)
Que encerrava entre as pernas o diabo.

Prossegue o desalmado; mas a esposa
Que não pode aturar-lhe a dura estaca,
Dando voltas ao cú muito chorosa
Com jeito o membralhão das bordas saca;
Ele irado lhe diz com voz queixosa:
"Não és uma mulher como uma vaca?
Porque fazes traições, quando te empurro
O mastro? quando vês que gemo, e zurro?"

Então cheio de raiva, aperta o dente,
E na gostosa, feminil masmorra,
Alargando-lhe as pernas novamente,
Com estrondosos ais encaixa a porra:
Ela, que já no corpo o fogo sente
Do marsapo, lhe diz "Queres que morra?
Tu não vês que me engasgo, e que estou rouca,
Porque o cruel tesão me chega à boca?"

E assim anda este Mundo imenso
Que quando chega o verão,
Não há um ser humano
Que não fique com tesão.

É uma terra danada,
Um paraíso perdido.
Onde todo mundo fode,
Onde todo mundo é fodido.

Fodem moscas e mosquitos,
Fodem aranhas e escorpiões,
Fodem pulgas e carrapatos,
Fodem empregadas com patrões.

Os brancos fodem os negros
Com grande consentimento,
Os noivos fodem as noivas
Muito antes do casamento.

General fode Tenentes,
Coronel fode Capitão.
E o Presidente da Republica
Vive fodendo a nação.

Os freis fodem as freiras,
O Padre fode o sacristão,
Até na igreja de crente
O pastor fode o irmão.

Todos fodem neste mundo
Num capricho derradeiro.
E o danado do dentista
Fode a mulher do padeiro.

Parece que a natureza
Vem a todos nos dizer,
Que vivemos neste mundo
Somente para foder.

E você, meu nobre amigo
Que agora se está a entreter,
Se não gostou da poesia
Levante-se e vá-se foder!!!!

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