terça-feira, outubro 28, 2008

UNDRESS ME NOW

Pode-se aprender a escrever letras para canções e até seguir paixões alimentando-nos de musica, apesar de não tocar nenhum instrumento a não ser campainhas.
Pego numa colher mental e dou umas voltas à mioleira.
Sou sensível ao chavão do copo de vinho tinto, do crepitar da lareira, a chuva lá fora e uma musica que nos atraia o olhar para o fogo apesar de não partilhar da tese segundo a qual é no Outono ou no Inverno que estamos mais receptivos a ouvir musica.
Não sei como é a canção perfeita. Ninguém sabe como é. As suas pequenas falhas que nos dão a sensação de terem sido criadas para nós, seres atraídos pela perfeição mas irremediavelmente imperfeitos, não chegam senão a uma pequena distancia que as separa da perfeição e é quase impossível faze-lo mantendo a cadência, o timbre o marulhar das palavras e das frases.

Quando lá cheguei custou-me a crer. Não devemos conseguir muitas vezes transformar lugares banais em locais onde a noção de lugar único associado a um pequeno pedaço de terra tenha sido elevado a uma grandeza quase mística, com um carácter impossível de definir... é muito mais que uma área com solo. Lembro-me de ouvir o mar, da mistura de vento com as arvores adentro. Ouço-o agora no mais intimo de mim e tento leva-lo comigo para onde quer que eu vá.
As ondas quebram-se lá longe na barreira de coral.

Uma canção perfeita poderia proporcionar esse conforto, essa ilusão de homenagem à nossa existência irrepetível.
É detalhe, pormenor atitude e personalidade. Ainda que o pudesse dizer, fazer ou expressar. Vai para lá daqui.

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