quarta-feira, novembro 19, 2008

GENTE (inha)

Fico sempre espantado com a vida das pessoas, os seus desejos, as suas ambições, os seus medos, as suas minúsculas querelas. Até o que lhes dá prazer me surpreende. Como se agitam. Os seus olhos ocos e aflitos.
Tenho agora mais flores na sala do que um velório. Vêm daqui e dali com cartõezinhos simpáticos, a lembrança dos vivos. Se calhar morri sem dar por isso e continuo a existir na memória dos outros.
Dou gargalhadas iconoclastas - raça de fedelhos, cobardes, fracos e de pouca substância, munidos de cabrestos, certos de que esta é a única maneira que têm de seguir o seu caminho em manada.

Há muito que me apercebi que não se pode entender bem o mar sem olhar atentamente para a superfície e para a mancha humana que lá vive.

Powered by Blogger