segunda-feira, julho 19, 2004

O BEIJO INVERTIDO

Durante um período de tempo a angústia foi-nos servida sem perguntarem se queríamos provar o sabor do sangue para sermos Homens. Encontraremos a paz brevemente. Usaremos o beijo invertido para a celebrar e tornar este marco numa das primeiras etapas da nossa vida. Um beijo como amplificação de uma tortura interior, como um vírus que alastrou, ocupou os sentidos e distorceu os pontos de vista, num espaço cheio de sinais de real e ao mesmo tempo sempre transfigurado.
 
Apetecia-me beijar-te e assimilar-te... absorvendo-te no meu corpo.

quinta-feira, julho 08, 2004

O QUE EU SINTO ?!?

O que sinto é tanto que mal me preenche e transborda entre letras e palavras.
O que sinto é de um nada tão grande, que mesmo se fosse tudo, não significaria tanto.
O que eu sinto é tão grave, que mesmo que se fosse agudo, continuaria ensurdecedor.
O que eu sinto corroe-me os olhos e sufoca-me os lábios, encerrando em ti o meu destino.
O que eu sinto tem um nome e deixa-me um "gosto de tudo" em cada suspiro.
O que eu sinto?!? Sinto-te a ti.

sexta-feira, julho 02, 2004

O CIÚME

É uma emoção comum que faz parte da concorrência e da partilha, mas pode adoptar contornos considerados patológicos. É natural.
Quando o ciúme e o medo de perder o outro tomam forma de uma preocupação angustiante, capaz de causar sofrimento, mal estar, sentimentos de raiva e insegurança sistemáticos que vão crescendo, então deve haver uma preocupação em entender o que está em causa. Quando nos apaixonamos por alguém, ou alguém se apaixona por nós, essa consciência de singularidade é fortalecida. Logo, se ficamos com incertezas sobre a condição impar e também de entrega em relação ao outro, ou dele em relação a nós, podem surgir os ciúmes, que não são mais do que a insatisfação e o medo de perda. Cabe-nos, assim, não chegar a extremos nas manifestações de ciúme, pois estas corroem as pessoas, as relações, matam de angústia e de raiva.

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